Investimento sustentável e responsável
4 min par ler 5 mai 22
Queira consultar o glossário para uma explicação sobre os termos de investimento utilizados ao longo deste artigo.
Estamos todos cada vez mais cientes da forma como impactamos o planeta através dos investimentos que fazemos.
Os gases com efeito de estufa estão diretamente correlacionados com a futura temperatura da nossa atmosfera. São constituídos por diversos gases, dos quais o dióxido de carbono é o que mais contribui. Há outros gases importantes, como o metano e a cadeia de fluorocarbono, mas costumam ser referidos como ‘carbono’ ou, mais especificamente, como equivalente de dióxido de carbono.
A M&G Plc está empenhada em conseguir carteiras de investimento de zero carbono líquido até 2050, no conjunto, abrangendo todos os nossos ativos sob gestão e ativos sob administração, para assegurar a conformidade com o Acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas.
Como parte da nossa estratégia de investimento de intensidade de carbono zero líquido até 2050, iremos: identificar e investir em soluções climáticas; interagir com as empresas em que investimos para que apresentem planos de transição e metas credíveis; incentivar as necessárias reduções de emissões; e reduzir as exposições a empresas controversas de elevada intensidade de carbono. Cessaremos os investimentos relacionados com carvão térmico até 2030 em toda a OCDE e os Estados-membros da UE, e até 2040 nos países em desenvolvimento. Pode ler mais sobre o roteiro da M&G para zero emissões líquidas aqui.
Como etapa do nosso percurso até nos tornarmos totalmente sustentáveis, tomámos a iniciativa de publicar dados sobre a intensidade de carbono nas nossas apresentações periódicas sobre fundos.
A M&G adotou a métrica designada Intensidade de Carbono Média Ponderada (Weighted Average Carbon Intensity (WACI)) para comunicar as emissões de carbono de alguns fundos. A WACI mede a intensidade de carbono das empresas em vez das emissões de carbono totais, o que permite ao consumidores e clientes comparar a eficiência ou a intensidade de carbono média ponderada de um fundo com a do seu padrão de referência.
Como sucede com qualquer recolha maciça de dados, existem limitações quanto à metodologia. Isto também se aplica aos dados WACI da MSCI.
Por exemplo, ao calcular as métricas WACI, a MSCI utiliza emissões de carbono do Âmbito 1 e 2, mas não considera as emissões do Âmbito 3, que são mais difíceis de medir.
A WACI não considera a diferença nas características do carbono entre setores. Isto é importante porque alguns setores – em especial setores como o da construção, energia e a indústria – têm inevitavelmente muito maior intensidade de carbono do que setores como o financeiro ou da tecnologia.
Outra limitação importante da WACI é o facto de certas categorias de ativos estarem excluídas deste cálculo. Mais importante ainda, estas incluem obrigações de Estado, instrumentos de dívida titularizados, numerário, divisas e derivados. Isto significa que a cobertura de fundos de rendimento fixo será provavelmente limitada.
A WACI mede a intensidade de carbono das empresas, e não o total das suas emissões de carbono. É um cálculo das toneladas de CO2 emitidas por US$1 milhão de vendas das empresas. Seguidamente, as toneladas são agregadas utilizando a ponderação da participação detida pelo fundo em termos de percentagem.
Assim, a métrica WACI é normalizada tendo em conta a dimensão da empresa – uma empresa global de grande dimensão com grandes emissões de carbono, em termos absolutos, pode ter uma WACI inferior à de uma empresa de menor dimensão que polua menos, em termos absolutos, mas que seja menos eficiente nos seus processos.
A métrica WACI abrange as emissões de Âmbito 1 e 2, mas não abrange o Âmbito 3. Assim sendo, não consegue refletir qualquer impacto positivo ao nível do clima que os produtos ou serviços de uma empresa em que tenhamos investido possam ter se tiverem sido concebidos para reduzir ou deslocar a atividade de emissão de CO2.
A métrica WACI pode ajudar-nos a avaliar o impacto das empresas no planeta e também permitir-nos comparar empresas entre si, relativamente ao mercado mais alargado ou a um padrão de referência financeiro.
Com base nas métricas WACI das empresas detidas num fundo em determinada data, é possível gerar uma métrica WACI para esse fundo de acordo com a ponderação das empresas que integram a carteira.
Isto permite comparar a intensidade de carbono de um fundo – de acordo com a WACI – com a intensidade de carbono do seu padrão de referência, que pode ser um índice para o mercado bolsista global, por exemplo. As WACI dos fundos não estão a ser geridas de acordo com as WACI dos seus padrões de referência.
A M&G Investments passou a incluir métricas WACI nas fichas informativas dos seus fundos, utilizando dados da MSCI para comparar a intensidade de carbono das suas carteiras com a dos padrões de referência dos fundos.
Publicamos esta métrica para todos os fundos de ações, rendimento fixo e multi-ativos em que mais de 50% dos ativos da carteira estejam abrangidos pela WACI. Acreditamos que isto seja suficiente para dar uma representação justa da intensidade de carbono de um fundo. Para informação, estamos a publicar a cobertura por ponderação da carteira juntamente com os dados WACI para cada fundo.
A aplicação deste limiar significa efetivamente que os fundos com uma cobertura inferior a 50% não incluirão a WACI nas suas fichas informativas. Isto incluirá inevitavelmente fundos da M&G que investem predominantemente em obrigações do Estado e mercados com pouca cobertura.
Algumas categorias de ativos são excluídas deste cálculo, incluindo as obrigações de Estado, instrumentos de dívida titularizados, numerário, divisas, derivados e imobiliário.
Estamos a envidar todos os esforços para verificar os dados da MSCI, estando de momento a criar as nossas próprias ferramentas que irão utilizar uma série de fontes de dados para compilar e fazer um levantamento das emissões de carbono dos nossos fundos.
É importante que ajudemos os investidores a fazerem escolhas informadas sobre os seus investimentos, e a sustentabilidade é naturalmente um fator importante para muitos dos nossos clientes. Consideramos que a publicação das métricas WACI, nos casos em que consigamos fazê-lo de forma relevante para os nossos fundos, representa um passo útil para a abordagem da questão importante da intensidade de carbono.
Um fundo que detenha grandes alocações ao setor das empresas de serviços públicos, que tem emissões de carbono relativamente altas, terá provavelmente uma WACI mais elevada do que um padrão de referência para o mercado de ações global, que tem apenas uma alocação reduzida a este setor. Um fundo que esteja focado em ações tecnológicas terá invariavelmente um WACI inferior devido à sua alocação setorial.
Em última análise, a WACI é um indicador que dá um retrato da intensidade de carbono de um fundo num determinado momento no tempo. Esperamos que, em vez de despoletar decisões de compra ou venda de investimentos, a publicação da WACI possa ser um ponto de partida para conversas entre os clientes e nós sobre a forma como as nossas equipas de investimento estão a gerir as emissões de carbono no âmbito dos objetivos do seu fundo. Esperamos atualizar os clientes sobre os nossos compromissos em matéria de emissões com as empresas em que investimos.
Consideramos que empresas bem governadas, geridas de forma sustentável, têm potencial para concretizar retornos do investimento mais fortes e mais resilientes no longo prazo para os acionistas, assim como melhores resultados para a sociedade. Pensamos que a WACI também proporcionará uma perspetiva adicional à nossa equipa de Orientação que interage com as empresas e que pode utilizar esta métrica para avaliar a empresa relativamente aos seus pares.
A WACI é um de muitos dados sobre emissões de gases com efeito de estufa, cada um oferecendo um aspeto de análise diferente sobre o impacto climático.
A M&G Investment selecionou esta métrica pois é aplicável a ações, rendimento fixo e fundos multi-ativos e está alinhada com as recomendações do grupo de trabalho para a divulgação de informações financeiras sobre o clima (GTDIFC/TCFD - Taskforce for Climate Related Financial Disclosures). Também foi escolhida para estar em conformidade com a meta da M&G plc para todo o grupo relativamente à transparência no que diz respeito à divulgação das emissões climáticas.
Na M&G, utilizamos atualmente a MSCI como principal entidade externa de fornecimento de dados para os dados sobre emissões de gases com efeito de estufa devido à cobertura alargada que proporciona.
As opiniões expressas neste documento não devem ser consideradas como sendo uma recomendação, conselho ou previsão. Não nos é possível dar conselhos financeiros. Caso tenha qualquer dúvida sobre a adequação do seu investimento, deverá falar com o seu consultor financeiro.
O valor e rendimento dos ativos de um fundo diminuirão e também aumentarão, o que fará com que o valor do investimento desça e suba, pelo que o investidor poderá receber menos do que inicialmente investiu.
Embora apoiemos os ODS da ONU, não estamos associados à ONU e os nossos fundos não são endossados pela ONU.
O valor dos ativos de um fundo pode diminuir e aumentar, o que fará com que o valor do investimento desça e suba, pelo que o investidor poderá receber menos do que inicialmente investiu.
As opiniões expressas neste documento não devem ser consideradas como sendo uma recomendação, conselho ou previsão.
Não nos é possível dar conselhos financeiros. Caso tenha qualquer dúvida sobre a adequação do seu investimento, deverá falar com o seu consultor financeiro.