Um fundo poderá ser suficiente?

7 min par ler 15 jul 24

Queira consultar o glossário para uma explicação sobre os termos de investimento utilizados ao longo deste artigo.

Quando se trata de investir, a gestão do risco é fundamental. Poderá ser inteligente distribuir o dinheiro por uma série de diferentes ativos para não meter todos os ovos no mesmo cesto. Sendo assim, será que investir num único fundo poderá deixar o investidor demasiado exposto ao desempenho de um reduzido número de ativos ou empresas? Tal poderá ser verdade, mas não é necessariamente o caso para todos os fundos, depende do fundo.

Primeiro, recapitulemos os benefícios da diversificação (distribuir o seu dinheiro por vários tipos de investimentos). Acima de tudo, a diversificação protege o investidor dos altos e baixos, ou seja, da volatilidade, que todos os tipos de ativos, como as obrigações (um tipo de crédito normalmente emitido por uma empresa ou Estado), ações – participações numa empresa – ou liquidez, podem sofrer.

Tal não protege plenamente o investidor de eventuais perdas investimento, mas se a carteira estiver devidamente diversificada, o valor da carteira e a rendibilidade gerada serão, normalmente, menos voláteis a longo prazo (10 anos ou mais). Tal decorre do facto de que a maior parte das classes de ativos terem, historicamente, tendência para apresentar diferentes desempenhos na mesma conjuntura económica. Numa carteira devidamente equilibrada, o pior desempenho de determinados ativos poderá ser compensado por um melhor desempenho de outros ativos que têm pouca ou nenhuma correlação entre si. Contudo, importa recordar que não conseguimos prever o futuro. O desempenho no passado não é indicativo do desempenho no futuro.

E a opção multiativos?

Os fundos centrados numa única classe de ativos abrangerão vários investimentos, mas a rendibilidade dependerá sempre do desempenho desse tipo de ativo, sejam ações ou obrigações, num determinado período de tempo.

No entanto, os fundos multiativos procuram oferecer uma opção de investimento mais equilibrada, detendo um conjunto de diferentes tipos de ativos dentro de um único fundo. Consideramos os fundos multiativos como sendo fundos “autónomos”. Por outras palavras, o investidor pode optar por deter estes fundos individualmente e não necessariamente como parte de uma carteira de investimento mais alargada. Em sentido contrário, consideramos os fundos que não são multiativos como sendo os fundos “basilares”, conforme explicaremos mais adiante.

Os fundos multiativos podem deter ativos como obrigações, ações ou imobiliário ou liquidez, cujo desempenho historicamente está pouco interligado entre si, a fim de garantir a diversificação. Também podem investir em ativos em diferentes países e moedas por forma a reduzir o risco de estarem demasiado expostos à sorte das economias individuais quando as coisas pioram.

Muitos fundos multiativos são geridos ativamente por gestores de fundos especializados e o conjunto de ativos detidos pode ser ajustado a fim de responder à evolução das condições do mercado ou até para antecipar as mesmas. Em fundos onde o equilíbrio de ativos não é fixo, um gestor de um fundo multiativos pode aproveitar as oportunidades que surjam, em determinadas participações, países e moedas para aumentar a probabilidade do seu investimento ser bem-sucedido.

Uma das principais vantagens do investimento num fundo multiativos é a simplicidade. Com um único investimento, o dinheiro é investido numa carteira diversificada e gerida por um profissional.

Fundos basilares vs fundos autónomos

Como já referimos, os fundos multiativos são aquilo que designamos de fundos “autónomos” porque distribuem o dinheiro do investidor por diferentes tipos de ativos para que não tenha todos os ovos no mesmo cesto.

Contudo, os fundos que só investem em ações, obrigações ou imobiliário são aquilo que consideramos fundos “basilares”, que convém deter no âmbito de uma carteira de investimento mais alargada que engloba diferentes classes de ativos, porventura também diferentes regiões e setores, a fim de reduzir o risco do investimento.

Escolher a abordagem certa para si

O investimento num fundo multiativos pode ser conveniente, mas tem de ser a estratégia certa para si e para as suas necessidades individuais. Os fundos multiativos não são todos iguais e comportam diferentes perfis de risco e rendibilidade. Alguns acarretam mais riscos, mas também oferecem uma maior rendibilidade potencial e vice-versa. Alguns poderão centrar-se em gerar um rendimento regular para os investidores, ao passo que outros poderão dar prioridade à capitalização do investimento a longo prazo.

Mas, dependendo do seu objetivo de investimento e do risco que está disposto a assumir, poderá existir um fundo multiativos que lhe oferece uma carteira devidamente diversificada de uma assentada.

Por M&G Investments

O valor dos investimentos irá flutuar, o que fará com que os preços diminuam e aumentem. Poderá não recuperar o montante inicialmente investido. O desempenho no passado não é indicativo do desempenho no futuro. As opiniões expressas neste documento não devem ser consideradas como sendo uma recomendação, conselho ou previsão. Não nos é possível dar conselhos financeiros. Caso tenha qualquer dúvida sobre a adequação do seu investimento, deverá falar com o seu consultor financeiro. 

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